terça-feira, 13 de dezembro de 2011

a sala escura (livro) capII

Capitulo dois: reflexões

Neste momento Gustavo, Isabela e Laura estão ajeitando a pequena sala deixando-a convidativa , percebe-se nesse momento papeis e comida espalhados pela pequena sala , e tom ate pensa que se a antiga dona da casa visse essa cena , provavelmente eles estariam encrencados . A chuva continuava a castigar a cidade La fora , e eles agradecem por esta não ser uma zona de alagamento ; e começam a falar sobre seus antigos planos futuros , pois são estes mesmos planos futuros que nos prendem a nossa vida passadas , assim como as lembranças, pois nos permitem sonhar que se tivéssemos mais um chance de fazer o que nos é possível , o faríamos com gratidão , mas muitas dessas oportunidades são nos dadas apenas uma vez , e infelizmente temos que nos adequar ao que elas remetem.

Nossa! O que eu não daria para poder comer uma pizza quentinha de novo! – inicia a conversa Letícia

Só você, e pensar que ate semana passada eu estava feliz com minha família num restaurante italiano, saboreando raviólis e nhoques... - comenta tom

Se essa loucura não tivesse ocorrendo ,eu iria passar umas férias na praia com os meus... pais !- fala Laura , rindo como se ainda sentisse em sua pele a brisa gélida e salgada do mar , e com certo embrulho no estomago , lembrando que não sabia onde sua família se encontrava .

Eu iria viajar com os meus pais !-exclama Isabela, de uma forma quase imperceptivo , em meio aos soluços .

E eu iria viajar com o time de futebol .- diz por fim Gustavo

Hunf ! –exclama tom – quando será que foi que o mundo começou a enlouquecer ?, quando será que passou a ser normal um grupo de jovens ficarem refugiados em uma casa se sequer ter noticia de seus familiares e amigos ? Quando foi que tudo perdeu a graça ...
Novamente o silencio domina a sala ; parece que nos momentos mais difíceis o silencio, algo normalmente evitado, se torna extremamente acolhedor e reconfortante, sendo a única coisa capaz de nos dar respostas ... E é justamente o silencio que os envolve agora ...
A noite ia chegando fria e gélida como de sempre, a chuva agora cessara, reduzindo-se a uma pequena garoa. Os novos sobreviventes estavam se ajeitando como podiam ; tomas dormia no colo de Letícia, vigiado por seus rigorosos cuidados; Laura comia uma barra de cereal murcha e velha , algo que nesta hora numa realidade diferente estaria numa lixeira ; Isabela que ate um tempo atrás estava abalada , agora estava reconfortada nos braços de rebeca ; e Gustavo estava olhando para a cidade que ate alguns dias atrás estava viva e iluminada e agora jazia assustadoramente quieta e escura.

Não esta conseguindo dormir ?-pergunta rebeca que se levantara após ajeitar Isabela acolhedoramente em um travesseiro.

Muitas coisas estão passando pela minha cabeça agora- responde Gustavo pensativo-como ela esta ? –pergunta após uma pausa

Ela vai sobreviver – responde rebeca descontraída

Que bom!

Como tudo chegou a esse ponto ?-pergunta rebeca

Bom ela ta enfrentando um momento difícil e ....

Não ,não é disso que eu to falando ... quer dizer como TUDO isso chegou nesse ponto ?

Não sei acho que perdemos a cabeça , acho que nos os seres humanos ,perdemos os valores pela simples coisas da vida! –responde Gustavo .
Acho que é uma punição por tentarmos nos passar por deus ,por tentarmos ser superiores – responde rebeca

O silencio novamente os acolhe

O que você fazia antes de isso tudo acontecer ? –pergunta rebeca após um longo silencio

Eu.... um barulho do lado de fora os desperta do transe .

Espere aqui que eu vou verificar o que esta acontecendo !- diz Gustavo

Ele então se levanta e caminha lentamente ate a janela deixando o seu rifle de prontidão. Enquanto se aproxima , Laura se levanta e o segue dando cobertura... quanto mais se aproxima, mais ele percebe o quanto seu corpo revela sinais de repulsão e nojo .
Após uma breve verificação Gustavo responde:

Acho que um grupo deles acabou de passar por aqui, acho que eles perceberam que estamos próximos..

Mas é seguro? – pergunta aflita rebeca

Não por muito tempo!- responde secamente Gustavo.

Ambos se posicionam agachados por cerca de 30 minutos fitando a janela em busca de respostas e querendo que aquele momento, que tudo aquilo fosse apenas um sonho... mas eles sabem que esta sensação os perseguira para sempre.... a esperança de que a ajuda chegue permanecem , porem esta é tomada lentamente pelo medo.

Bom acho que estamos seguros – diz Gustavo tentando tranqüilizar a situação.

É – diz rebeca com a voz entrecortada pela garganta

O silencio os acolhe . novamente...


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